Benchmarking com a BSA

Benchmarking significa é a busca das melhores práticas na indústria que conduzem ao desempenho superior. É visto como um processo positivo e pró-ativo por meio do qual uma organização examina como outra realiza uma função específica a fim de melhorar como realizar a mesma ou uma função semelhante. O processo de comparação do desempenho entre dois ou mais sistemas é chamado de benchmarking, e as cargas usadas são chamadas de benchmark.

Isso foi exatamente o que fomos fazer em Dallas na semana passada. Graças a um contato iniciado pelo Bruno Castagno, observador do Brasil durante a 39ª Conferência Escoteira Mundial em Curitiba. Bruno cresceu e se formou dentro do escotismo brasileiro, na cidade de Pelotas-RS e a mais de 15 anos é escotista da Boy Scouts of America (BSA) em Salt Lake City, no estado Americano de Utah.

Desde meu primeiro contato com o nível nacional da nossa instituição que me lembro do Mario Farinon falando que, se quisermos crescer como instituição, não adianta nos compararmos a outras associações que são iguais ou piores que a nossa. Temos que olhar para cima (literamente dependendo de como vc olhe o mapa) e nos espelharmos em associações que realmente funcionam, não só no papel, mas na prática.

Com uma reunião inicial feita em Curitiba e os contatos iniciais estabelecidos, inciamos os ajustes da viagem, como definição de data, agenda, etc.

No final, acabamos indo em 3 pessoas (Marco Romeu Fernandes, Vice Presidente da Diretoria Executiva Nacional, Rafael Macedo, Vice Presidente do Conselho de Administração Nacional e eu), além do Bruno, que nos encontrou por lá. O Mario Farinon também iria mas, infelizmente, acabou tendo que passar por uma cirurgia de apendicite de urgência (já está tudo bem com ele, felizmente).

Entrada Principal do Escritório Nacional da BSA

Nossa visita à BSA realmente nos impressionou. Em todos os aspectos. Durante três intensos dias, tivemos uma verdadeira aula de MBA escoteiro, como disse o Rafael Macedo. Vimos temas como estrutura da associação, capacitação de profissionais, capacitação de adultos voluntários, sistema de pesquisa sobre o jovem e atualização do programa, comunicação, fundraising etc.

Além disso, conhecemos as estruturas do escritório nacional (onde hoje trabalham mais de 800 funcionários), do centro de treinamento de profissionais (todo profissional passa por um treinamento inicial de 2 semanas por lá, além dos treinamentos anuais), do museu escoteiro (que realmente parece um parque da Disney, super interativo e divertido) e também do District Ten Council, sediado em Dallas (o equivalente a um escritório regional para a gente hoje). Só o District Ten, para vocês terem uma idéia, tem o mesmo número de funcionários que toda a UEB (somando escritório nacional e escritórios regionais).

Reunião com os profissionais da BSA

Uma informação que merece destaque e que realmente impressionou foi a questão de fundraising (captação financeira). Todo profissional (seja do nível distrital ao nível nacional) dedica 50% do seu tempo para captação financeira. Além disso, todos os voluntários que são membros de diretorias, também têm essa responsabilidade. Uma mudança de cultura que precisamos começar a ter por aqui.

Além disso, não posso deixar de registrar aqui no blog todo o apoio que recebemos dos profissionais da BSA durante toda a nossa visita, principalmente do Departamento Internacional, liderado pelo Scott Teare e pelo próprio Bob Mazooca, atual Chief Scout (seria o CEO da associação). E é claro ao próprio Bruno pela companhia, envolvimento e comprometimento desde janeiro.

Agora é claro vem a parte mais importante. Digerir toda a informação recebida, canalizar toda a energia positiva desse encontro e adotar um cronograma de avaliação e ações junto ao nível nacional.

Tenho certeza que esse foi apenas o início de um relacionamente de longo prazo com a BSA e foi a primeira de muitas reuniões entre as duas associações.

O sentimento, ao final da viagem, foi exatamente o mesmo que o de um jovem que acaba de participar do seu primeiro Jamboree Mundial. E essa energia é fantástica!

Em tempo! É importante deixar claro que essa viagem não custou um centavo de dolar, real ou euro para a União dos Escoteiros do Brasil. Marco, Rafael e eu pagamos todas as nossas passagens do nosso próprio bolso e os custos nos Estados Unidos (hospedagem e refeições) foram pagos pela Boy Scouts of America.

O famoso boneco do B-P no Museu. Projetado pela Disney.

Galeria dedicada a Norman Rockwell, com os originais de todas as suas pinturas. Antigos escoteiros fazem plantão voluntário para mostrar o Museu da BSA.

Sede do Circle Ten Council, o que seria equivalente a uma sede regional nossa.

Conhecendo a estrutura do Escritório Nacional. Reparem que não há posters de atividades antigas, mas sim fotos muito bem tiradas de jovens de hoje!

A sala de espera na recepção. Reparem nas fotografias, mais uma vez.

A loja escoteira no Circle Ten Council. Reparem que os "vendedores" utilizam o uniforme escoteiro.

Para os jornalistas: processo de elaboração da Revista "Boys' Life".

Conhecendo o planejamento estratégico

Uma das salas de aula do Centro de Treinamento de Profissionais Escoteiros.

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8 respostas para Benchmarking com a BSA

  1. tenho que admitir, a foto da Boys Life foi minha preferida hahahaha

    esses sim sao escoteiros 24h por dia 7 dias por semana xD profissionalmente falando hehehe

    • ristuber disse:

      hahaha sabia que você gostaria dessa foto! A revista sai todo mês e existe uma edição focada para os ramos menores e outra para os ramos maiores. Eles têm uma outra revista, para adultos, chamada Scouting, que sai 4 vezes por ano e tem dicas de atividades.

  2. Luciana Timoszczuk disse:

    Está ficando divertida essa brincadeira… Entrar no seu site esta cada dia melhor!!
    Muito legal sua viajem e seus comentários. Mas acredito que o mais importante de tudo é que me levou a reletir muito sobre o escotismo no Brasil.
    Sou uma pessoa que não tenho medo de criticas e muito menos de mudanças, e também acredito que devemos aprender com os grandes.
    Parabéns pela iniciativa de todos!
    E espero que essa visita traga grandes frutos ao escotismo no Brasil.
    Todas essas palavras foram inspiradoras. Nem preciso dizer q pode contar comigo…
    Será que posso tomar a liberdade de mandar esse post para a minha área escoteira??
    Bjos

  3. brodeschi disse:

    Parabéns, excelente trabalho. Obrigado pelo relato.
    Quem quiser ver um videozinho do boneco do B-P pode ir a http://brodeschi.wordpress.com/2010/11/15/national-scouting-museum-bsa/

  4. Ricardo,

    Sou partidário do que o Mario Farinon fala e há alguns anos que também venho conversando e insistindo, sempre que possível, em nível regional, para fazermos uma grande parceria com a BSA.

    Acho que o Escotismo Brasileiro tem muito a ganhar com as práticas e cases da BSA e uma das que é bem notável é a administração dos centros escoteiros de convivência ou nossos campo-escola.

    Claro que não podemos ter a visão de importar, pura e simplesmente, esse material ou as experiências adquiridas por eles. Assim como alguns produtos e carros importados, acredito que precisaremos “tropicalizar” um pouco (o menos possível, é bomque se diga), para ter uma adequação às nossas realidades.

    Quem dera numa próxima oportunidade eu possa me juntar nesta equipe de trabalho com a BSA.

    Sempre Alerta para Servir!

    Márcio Sequeira

  5. Geraldo Barbosa disse:

    Excelente visita, quiçá tenhamos mais um instrumento de crescer! Mudanças são necessárias, concordo com o Márcio no seu terceiro parágrafo. Rafael, Ricardo e Romeu, o escotismo brasileiro agradecem. Admiro-os.SAPS. Tiarajú

  6. Excelente observação quanto as fotos!!

    mas, aonde tu viu esse negocio de posters de atividades antigas? nunca vi isso!

    uahauhuah

    SAPS

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